Quando falamos em viajar, é provável que nosso primeiro pensamento seja uma imagem digital. Um desejo compartilhado por quase todas, é um assunto que gostamos de compartilhar em redes sociais.
Contudo, mais do que prazer ou um artigo para fotos, a viagem pode ser uma peça chave em nossos processos de autoconhecimento e empoderamento. Isso vai depender de nosso nível de acessibilidade, ou seja, do quão dispostas estamos a absorver a localidade por completo.
Viagem: um artefato de evolução pessoal
Ao sermos confrontados com outras realidades, somos desafiados a repensar nossos hábitos em uma escala maior do que nós. A viagem é um desafio que oferece grande possibilidade para conflito, mas também superação. Assim, as experiências que colecionamos seguirão conosco por toda a vida e são perfeitas sementes para cultivar e render frutos.
Que brotem em nós as melhores colheitas.
Mas como podemos extrair mais das viagens que fazemos e reconhecer se estamos disponíveis a receber esse aprendizado de maneira irrestrita? Existem alguns meios para obter autoconhecimento e empoderamento através da viagem e são eles os conselhos a seguir.
Seja uma viajante
Ao invés do conceito tradicional de turista que se ateia a um roteiro fixo, abrace a espontaneidade do viajante. Não fique se esgueirando contra o batente da porta espiando o movimento sem coragem de entrar.
Dessa maneira, envolva-se, faça amizade com a comunidade local para desvendar a essência da região e atente à forma peculiar que as relações humanas ali se dão.
Viajar é uma participação ativa, não uma observação passiva.
Explore o local com vontade de conhecer cada canto e não se limite somente ao que ouviu falar. Não se contente com superficialidades, aprofunde-se. Em conclusão, seja faminta acerca do conteúdo único de cada destino e nunca irá se decepcionar com a refeição que lhe foi servida.
Seja humilde
Admita que não sabe tudo, independentemente do que estudou a respeito. Antes de pisar em um novo solo, arranque o véu de concepções e preconceitos que cobre seus olhos e vivencie o local de maneira crua.
A gente se conhece muito ao ouvir o outro.
Diminua o volume de seus julgamentos, ouça e compreenda o que o outro diz partindo do viés de que ele é diferente e jamais inferior. Disponha-se a ter um diálogo de igual para igual e isso significa considerar que as palavras de quem fala têm o mesmo peso das suas.
De fato, autoconhecimento é também sobre reconhecer que outras narrativas existem nos fortalece e nos torna mais conscientes.
Seja honesta
Aceite os seus sentimentos. Ser honesta consigo mesma é a única forma de analisar emoções, interpretá-las e melhor agir sobre elas. Desse modo, precisamos olhar para dentro sem filtros, revisitar situações e o que nos fizeram sentir, buscando encontrar sua origem e porquê.
Só podemos compreender os sentimentos que aceitamos existir.
É importante também ser honesta com os outros, afinal verdade daremos e verdade receberemos. As relações interpessoais que formamos em nossas jornadas são essenciais na construção de nós mesmas.
Seja autêntica
Atenha-se à pessoa que é e resgate sua autenticidade. Adapte sua conduta caso isso seja necessário, mas não negocie sua essência. É duro ser quem somos indiscriminadamente, mas isso não é rebeldia, é um ato de amor às mulheres que lutamos para ser.
Não abdique de sua natureza em função da natureza do outro.
Então não precisa fingir ser menos nem mais do que é para ninguém. Ser leal à nós mesmas é um exercício de tonificação de caráter.
Seja valente
Encha-se de coragem para determinar o que de interno precisa ser mudado e aplicar a mudança. Pode ser doloroso reconhecer verdades sobre si, mas algo ainda mais complicado é encontrar a força para fazer algo a respeito. Para se redescobrir, às vezes mudar é preciso.
Ouse faxinar a alma e jogar fora o que não serve mais.
A mudança é penosa, mas só é possível quando nos comprometemos a encará-la. A viagem é uma oportunidade incrível para exercer mudanças já que nos desprendemos de amarras e nos conectamos substancialmente com anseios e fragilidades.
Em resumo, compreendemos que a conquista do autoconhecimento e empoderamento durante uma viagem é extremamente particular. A experiência da viagem não é igual para todas, mas obedece um determinador comum: a consolidação de uma alma que associa liberdade à evolução.